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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Para com diagnóstico precoce da doença falciforme

O Pará está habilitado a fazer o diagnóstico precoce para a doença falciforme desde abril deste ano, por meio da triagem neonatal. Quanto mais cedo é identificado esse tipo de anemia, mais chances a pessoa tem para evitar as manifestações graves da doença e aumentar a qualidade de vida.
Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), referência no Estado para o tratamento da doença falciforme, já cadastrou 528 pessoas para o acompanhamento e tratamento da doença. Desse total, 311 são pacientes da anemia falciforme.Segundo a coordenadora interina do Atendimento Ambulatorial do Hemopa, a pediatra e hematologista Saide Maria Sarmento Trindade, há cerca de 30 anos era registrado um alto índice de morbimortalidade de pacientes na faixa etária de 25 a 30 anos.Mas, apesar de ter ocorrido redução nas mortes provocadas pelas complicações da doença falciforme, ela afirma que o índice ainda é considerado alto. A expectativa é que, com os novos protocolos estabelecidos (como tratamentos com hidroxiureia e quelação de ferro por via subcutânea e oral) seja aprovada a portaria ministerial para o transplante de medula óssea desses pacientes.
Desde os oito meses de idade, Fábio Henrique Almeida da Conceição, 31 anos, convive com a doença. Ele conta que tem uma vida normal porque, ao ser descoberto o problema, sua mãe não relaxou com os cuidados que um paciente de anemia falciforme precisa.As medicações, oferecidas gratuitamente, a transfusão de sangue e a alimentação equilibrada foram essenciais para que Fábio tivesse qualidade de vida e condições para estudar e trabalhar. Ele é graduado em Administração, com habilitação em Marketing, e exerce a profissão.Por saber dos problemas enfrentados pelos pacientes da doença falciforme, o administrador passou a divulgar a doença. Ele criou no orkut a comunidade "doe sangue no Hemopa" e o http://www.twitter.comanemiafalciform, para esclarecer as pessoas sobre a doença, oferecendo informações sobre diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças oportunistas."É necessário que as pessoas estejam bem informadas, porque não só o povo desconhece a doença, como também há muitos profissionais que desconhecem esse problema.
O importante é que hoje, pelo teste do pezinho, desde os primeiros dias de vida pode-se descobrir se a criança tem a doença, e com isso controlar a anemia", ressalta.Informação - Estar informado sobre a anemia falciforme é fundamental para que a pessoa saiba como agir quando alguém recebe o diagnóstico da doença. Por esse motivo, ao completar em 2010 os 100 anos da descoberta científica da doença falciforme, os meios de comunicação passaram a ser os maiores aliados para a prevenção das doenças oportunistas, como a pneumonia.Para lembrar o centenário da descoberta, o Ministério da Saúde, em parceria com organizações não governamentais, promove uma campanha na mídia desde o último dia 30 de junho, com a finalidade de informar a população sobre a incidência da doença falciforme nas diversas regiões do país e estimular o cuidado entre as pessoas com a doença.A pediatra Saide Maria Sarmento Trindade ressalta que a doença falciforme é considerada um problema de saúde pública, tanto que, há cinco anos, o Ministério da Saúde publicou uma portaria voltada à atenção integral à pessoa com anemia falciforme.A doença falciforme é hereditária, transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez. A criança com anemia falciforme apresenta má-formação das hemácias, que se assemelham a foices. Esse tipo de anemia é predominante na população negra. Porém, como no Brasil há miscigenação de raças, é comum também encontrar pessoas de pele branca acometidas pelo problema. Política pública - A anemia falciforme foi incluída nas ações da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra, fundamentada pela Portaria GM/MS, nº 1391, de 16 de agosto de 2005, que define as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).As pessoas acometidas pela doença apresentam anemia crônica e dores severas nos ossos, decorrentes do processo de obstrução sanguínea causado pela forma de foice que as hemácias assumem. Dependendo do sistema imunológico do paciente, surgem as doenças oportunistas.